quarta-feira, 27 de maio de 2015

Alice no país das maravilhas: Surrealismo




Sinopse:



“Alice no País das Maravilhas” e “Alice Através do Espelho”, Lewis Carroll, publicados em 1865 e 1871, respectivamente, são duas obras que não fazem sentido por seu excesso de significado, ao invés da falta dele. Carroll, como matemático apaixonado, encheu suas páginas de problemas de lógica e números, além de jogos de palavras, às vezes em latim, paródias de poemas tradicionais vitorianos… Todas essas informações podem ser bem complicadas de entender em sua totalidade, como por exemplo uma piada sobre “washing classes”, ou no capítulo 2 de “Alice no País das Maravilhas”, quando Alice começa a efetuar multiplicações:

“Deixe-me ver: quatro vezes cinco é doze, e quatro vezes seis é treze, e quatro vezes sete é – oh céus! Eu nunca chegarei a vinte nesse ritmo!”

Essa passagem explora a utilização de diversos sistemas numéricos. Quatro vezes cinco é doze num sistema de dezoito bases, quatro vezes seis é treze num sistema de vinte e uma bases, e quatro vezes sete é catorze num sistema de vinte e quatro bases. A sequência vai aumentando três bases cada vez, o que demoraria muito tempo para a maioria das pessoas perceber. O resultado sempre vai ser menor que vinte, porque depois de 19 o produto seria 1A, 1B, 1C, 1 D…

Por isso aconselho uma releitura, mas na versão “The Annotated Alice”, com comentários de Martin Gardner, que também ajuda a entender contextos da época.

Alice  possui um relação certamente intrínseca – e ao mesmo tempo diferenciada – com o movimento surrealista. Muitos psicólogos, principalmente os que seguem a linha freudiana, veem na obra, além de metáforas que sucumbem ao mundo real, várias coisas que se referem também ao mundo dos sonhos

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